segunda-feira, 2 de abril de 2012

estômago - segundo capítulo

enfim o vinho. as lágrimas saltam grossas, robustas pela face. madrugada. frio no pé. o exercício do expurgo ( tão fugidio, tão necessário,tão subjetivo).

                           chico, criolo, café, caetano, colo, cafuné, cigarro. outro engano.

diálogos solitários intermináveis, remoendo cicatrizes infinitas. talvez incuráveis.

ilusões imbecis solitariamente tecidas. madrugadas (outrora repletas de telefonemas indecifráveis).

[textos extremamente subjetivos tecidos de maneira egoísta em dias de verão (hoje, porém, outono) sem culpa ou remorso]

o pior é ser incapaz de escrever, de externar meus sentimentos [típica frase de velório. “fui até a casa de godofredo externar meus sentimentos à família pelo seu falecimento”. (sim, eu sei que não se usa mais crase na nova ortografia brasileira. fodam-se as regras, acredito ter licença poética para ser ultrapassada).

tudo parece distante, longínquo. queria gritar, nua no portão da sua casa, o tamanho da minha consternação. indignada (não, em nada minha indignação se compara aos lutadores - mundo adentro, mundo afora – que ousam contra o capitalismo), ainda presa a um sonho fantasma que eu mesma criei. queria lhe dizer que nada entendi. esta cena porém, reservo à atriz principal, digna de seu papel medíocre.

sim querido, eu sou mesquinha. sempre lhe disse que era má. você também o é. 

                                                                          [lhe faltam amor próprio e orgulho]

saltitam em mim, doces doses de cabernet sauvignon. juntas, saltitam doses nada doces de rancor, mágoa e inferioridade (já disse nesse mesmo parágrafo que sou mesquinha. talvez eu também seja medíocre. talvez por isso preferistes outrora a mesquinha já costumeira).

[repetidamente me envergonho, de sentimentos tão estapafúrdios]

p.s.: e clara enfim se revela. podre, bêbada, fumando como a puta que acusam tabagista (não serei eu afinal, a puta?) 

clara jamais entenderá o que se sucedeu entre ela própria e Pigmeu (alusão indevida à altura de seu romeu). ela, porém não deseja ofender a nenhuma Ninfeta (alusão devida à oficial julieta). este texto malfadado é apenas mais um vômito.

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