sábado, 21 de janeiro de 2012

pequeno ensaio de uma breguice sentimental

hoje eu me permito ser brega. mais do que de costume, diriam as vozes da minha platéia imaginária. de modo displicente eu lhes diria que pouco me importa sua opinião mesquinha. talvez eu seja até clichê. apesar de odiá-los profundamente, concluí que em momentos de breguice exacerbada, os clichês são as armas dos tolos (apaixonados?).

a única coisa que conta hoje é que eu queria ter asas. o vôo seria longo, cansativo, mas a certeza de me chegar no aconchego dos teus braços dissiparia de imediato a fadiga da viagem. talvez eu chegasse mais uma vez de pijamas. talvez eu chegasse nua. cabelos em desalinho, uma vontade louca de falar. vontade ainda maior de te possuir (sim posse. não vou discutir aqui o meu conceito de posse, acho que você entendeu).

não posso voar, jamais iremos descobrir.

no quintal vazio da casa a chuva encharca meus cabelos, calafrios. não é frio. a chuva quente remete ao seu chuveiro. calor. água sacana que percorre meu corpo. já não tenho clareza de onde foram parar minhas mãos. suas mãos?. ciúmes. (ciúmes de nosso sexo bom debaixo do chuveiro). tesão. saudade.


[clara chegou em casa (sim, eu sei que 
parece uma daquelas frases com as quais 
aprendemos a ler).
mala no chão, dentes limpos, janela aberta.
"o pijama fica pra outra ocasião. 
o vento hoje fará morada em mim".
o ar fresco que entra pela janela faz clara resmungar
- vento, vento! do que me adianta se não posso voar?
clara, idiota, senta na cama e põe-se a pensar: fácil
seria sair da lama se eu somente pudesse voar.


tenho medo, feridas e cicatrizes (clichê).
sei que você também tem. nada disso realmente importa. (clichê de novo). 

não faço mesmo a menor idéia de onde tudo isso vai dar. como já disse, eu só queria
poder voar e ocupar sua cama. na impossibilidade de tal fato, conto nos dedos quantos dias faltam pra poder te ver (eu tenho um método eficiente de contar os dias, você sabe). a despeito do relógio me pirraçar com seu tique e taque em sentido anti-horário, espero (desespero!!) o dia que a gente vai se topar. perigoso até eu tropeçar só de ver seu sorriso. espero não quebrar nada dessa vez. se eu quebrar me perdoe..sou destrambelhada mesmo.

p.s.: sabe o que eu queria te dizer? promete fingir que não leu?

construamos juntos um caminho, para algum lugar onde a distância não seja nosso tema. onde, sendo eu de esquerda, muito de esquerda, possamos confabular no escuro do quarto os rumos da revolução (brasileira, latino-americana, internacional). foda-se que eu sou militante. sou muito mais sexy por isso, você não acha? não cairia bem a uma donzela essas suas camisetas com um punho em riste. sei até combina-las com uma calcinha sexy.

fodam-se todos os parâmetros pré-estabelecidos. façamos algo novo, nosso.

p.s.2: lost in the middle of nowhere. i ain’t have no idea of what happened. suddenly i found myself with no words to explain what i really mean. what the fuck did i do? what the fuck you did with me?
  
you treat me like i’m a princess
i’m not used to liking thaaat
(…)
don’t be alarmed if i fall head over feet
(..)
it’s all your faullttt

e a maria agradece por me ter na vida dela cantando. e eu assumo aqui a parcela de culpa que me cabe neste latifúndio de sentimentos confusos. o resto é por sua conta.  

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