terça-feira, 13 de dezembro de 2011

clara


e  clara anseia desesperadamente por crer. para além da desordem do seu quarto, reflexo imediato do caos permanente de seus quereres, no fundo daquela alma orgulhasamente descrente, existe uma clara  que deseja se lançar. ah para com isso! clara deseja se iludir. a noite, quando tudo silencia, em segredo clara sussurra junto ao fone de ouvido, lábios trêmulos “..mentiras sinceras me interessam. ‘aff! que brega’”, ela resmunga, entre baforadas de cigarro e o desejo iminente que as nuvens surrupiem-na pelos pés. o máximo que a clara consegue é ter em desalinho os cabelos mal-cuidados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário